sábado, 5 de maio de 2018

Sofrimento: Responsabilidade e caminho para um bem maior!


Olá queridos e queridas... bom ter vocês aqui!
Voltamos a falar sobre o tema do sofrimento. Este tema que tem levado muitas pessoas a estudar e debater, na tentativa de entender, amenizar e se possível extingui-lo. Entretanto, qual é a relevância na extinção do sofrimento? Seria este o melhor caminho e até destino para o sofrimento? Estaríamos jogando fora a oportunidade de crescer através do sofrimento?

Nos dias atuais, este tema tem levado muitas pessoas aos consultórios de psicologia, psicanalistas, especialista em emoções em geral. Por isto, que abordagens sobre este tema faz tão necessário e se tornam ainda mais relevantes nas sociedades em geral. Especialmente, se faz necessário em nosso lado... aqui no ocidente. Este lado que se esquiva a todo momento do sofrimento e desperdiça os benefícios oriundos dele.

Keller (p.28), apresenta 04 maneiras pelas quais, sociedades com culturas mais tradicionais ajudam as pessoas a reagirem ao sofrimento e o mal. Bem, estas culturas concebem “as causas do sofrimento a partir de critérios altamente espirituais, comunais e morais”.

1- As culturas de visão moralista: Keller, lembra que a expressão moralista aqui apresentada não tem a ver com a conotação pejorativa. Estas culturas “ensinam que a dor e o sofrimento resultam do fracasso das pessoas em viver corretamente... Se a pessoa obedecer à ordem moral e a Deus... sua vida irá bem”. Se algo der errado é porque a pessoa necessita de arrependimento e mudança. À título de exemplo mais puro desta visão, Keller mostra as culturas com a doutrina do carma que é quando a alma sofre repetidas reencarnações e das outras vidas. Diz Keller “ela traz consigo as obras do passado e seus efeitos latentes, incluindo o sofrimento”. (p.28)

Seria um castigo pelo mal comportamento de vidas passadas? Bem, segundo Keller, a explicação para os percussores desta visão, a pessoa “paga cada coisa feita... e a libertação só ocorrerá” depois que você estiver expiado todos os pecados.

2- Na visão autotranscendente como os budistas, os gregos estoicos, o sofrimento é causado pelos “desejos não realizados, que por sua vez resultam da ilusão de que somos seres individuais” e, a solução deste sofrimento ocorrerá quando for extinto “o desejo por meio de uma mudança de consciência. Temos de desligar o coração das coisas materiais e transitórias e das pessoas”. (p. 29)

3- Culturas como o islamismo, o sofrimento tem “um forte componente de fatalismo e destino... as circunstâncias da vida são determinadas... por forças sobrenaturais... Simplesmente pela vontade inescrutável de Alá”.

Assim como no islamismo, noutras culturas, seus indivíduos devem, também, “submeter-se a um destino divino penoso sem fazer concessões ou reclamações... É um modo de encontrar grande sentido no sofrimento”.

4- Segundo Keller, culturas de visão “dualista” do mundo, Deus não está no controle totalmente, mas o mundo “é um campo de batalha entre as forças das trevas e as forças da luz”. E os que sofrem, são vítimas nessa batalha. Assim, o sofrimento é superado pela certeza que o bem triunfará, futuramente. Keller, traz como exemplo para este tipo de cultura, o zoroastrismo puro, antigo. Para eles, “um salvador viria nos últimos dias trazer uma restauração final”. (p.29,30)
Abaixo, um breve resumo a partir da apresentação das visões apontadas por Keller:
Cultura
Orientações aos sofredores
Autotrancendentes
Devem pensar de modo diferente
Moralistas
Devem viver de modo diferente
Fatalistas
Devem aceitar o destino com nobreza
Dualistas
Devem colocar a esperança no futuro

Keller nos apresenta 3 aspectos comuns entre as culturas acima demonstradas a respeito do sofrimento:

1- Não deve ser uma surpresa, pois faz parte da existência humana.
2- Ajuda a pessoa a se "levantar" e caminhar na direção ao propósito da vida. Seja ele qual for.
3- Para alcançar vitória sobre o sofrimento, deve se responsabilizar.

Para Keller, a partir das visões aqui consideradas, “o sofrimento propõe uma responsabilidade e oferece uma oportunidade. A pessoa não deve desperdiçar suas dores” ... mas enxerga-lo “como com um caminho para o bem maior” (p.30,31).

E você, o que concluiu com esta leitura, como percebe e concebe o sofrimento? Acredita que ele é um mal desnecessário que só atrapalha a vida, ou nele, podemos evoluir em conhecimento que resultará em sabedoria e, por fim, em maturidade?


Qual é a sua ideia de sofrimento?

Continuaremos a abordar o tema do sofrimento a partir da leitura de Keller. 

Um abraço e até lá. 

Referência:
Keller, Timothy. Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento, São Paulo: Vida Nova, 2016