Olá queridos, são
bem-vindos!
Ao longo da história da
humanidade, o sofrimento sempre esteve presente no dia a dia do ser humano. Os
indivíduos de qualquer sociedade, sempre foram confrontados com a realidade do sofrimento.
Em alguns destes momentos da história, o sofrimento foi entendido e percebido,
como algo que poderia ensinar, amadurecer e até mesmo, ajudar o ser este
indivíduo. Assim, ele cresceria e seria alguém melhor e mais capaz. No entanto,
na atualidade, especialmente, no ocidente, o sofrimento é observado como um
monstro que quer nos devorar.
Pensando no sofrimento,
farei aqui, algumas considerações que, talvez, tragam luz a esta questão que,
muitas vezes consomem as pessoas. As considerações que tratarei aqui, terão como
base o livro: “Caminhando com Deus em meio a dor e ao sofrimento” (ver
referência no final da postagem)
O sofrimento parece
destruir tudo aquilo que dá significado às nossas vidas e pode até nos levar a
ideia de que parece ser impossível seguir em frente. Entretanto, faz-se
necessário observar como o mundo tem lidado com o sofrimento e as questões
relacionadas a ele. Afinal de contas, o saber, pode nos trazer informações
valiosas a respeito de um tema universal e que perpassa toda a vida de um
indivíduo.
A intenção não é aplacar
a dor, amenizar ou extingui-la, mas levantar e considerar o sofrimento a partir
da perspectiva de grandes tradições, entender como lidam com este tema tão
recorrente e assustador de nossos dias.
É observado que muitas
famílias e até mesmo muitas sociedades não sabem ou “não oferece a seus
integrantes nenhuma explicação para o sofrimento e muito pouca orientação para
lidar com ela” Keller, (pg. 25).
O livro de Keller, revela
algumas maneiras como alguns grupos entendem o sofrimento. Veja abaixo, breve
resumo de algumas abordagens (pg. 25 e 26).
1- O sofrimento é atribuído
ao carma, ou seja, o sofrimento presente é para pagar pecados de vidas
anteriores (culturas ligadas ao Carma e reencarnação)
2- O sofrimento está
ligado à natureza ilusória do mundo físico (conceito budista)
3- O céu é onde os entes
queridos se encontram e ali, todo sofrimento acabará (perspectiva tradicional
cristã)
4- Os sofrimentos nos
fortalece (baseados em pensadores estoicos e pagãos da era clássica grega e
romana)
5- Não se deve recorrer a
qualquer consolo “espiritual”, pois isto enfraquece a reação adequada ao
sofrimento, a única saída é transformar este mundo num lugar melhor (negam a
vida espiritual)
Acima, mostramos algumas
abordagens ou considerações relacionadas ao sofrimento, mas existe uma pergunta
que é muito comum e requer um olhar mais aprofundado (claro que não faremos
este aprofundamento em uma postagem de blog). No entanto, apontaremos a
perspectiva de algumas sociedades para a pergunta que envolve, tanto o ser
humano, quanto a questão do sofrimento. Esta pergunta tem sido feita de forma
mais contundente nos dias atuais. Qual é o propósito da vida humana?
Keler (p.27), traz
respostas a partir de algumas culturas:
1- É viver uma vida de
bem e um dia ficar livre do ciclo do carma e da reencarnação, recebendo a bênção
eterna
2- É a iluminação: o
reconhecimento da singularidade de todas as coisas e a conquista da
tranquilidade
3- É a vida virtuosa,
nobre e honrada
4- É ir para o céu e
viver a eternidade com nossos entes queridos e com Deus
Mas o que há de comum nestas
04 visões de culturas diferentes, acima apresentadas? Bem, para Keller (p.27), “para
cada uma dessas cosmovisões, o sofrimento, apesar da angústia que provoca, pode
ser um caminho importante para alcançarmos
o propósito de nossa vida”.
Keller afirma ainda que
para estas culturas apresentadas nas 04 abordagens demonstrada anteriormente, o
sofrimento é algo importante e que tem um capítulo importante na vida dos seus
indivíduos.
Em contrapartida, Keller
deixa claro que aqui no ocidente, a visão estabelecida está ligada ao mundo
puramente físico... uma visão secularizada e que o único sentido da vida está
ligado a liberdade de escolher a vida que nos faz feliz. Olhando por esta
perspectiva, o sofrimento só atrapalharia a felicidade e por isto, o seu papel
é irrelevante e conclui, “o sofrimento deve ser evitado a qualquer custo, ou
minimizado o máximo possível”. (pg.27)
E você que acabou de ler
esta postagem, qual é a sua visão de sofrimento? Em qual das visões aqui
apresentada, você se apega ou entende como realidade própria?
O propósito da vida humana,
a partir das abordagens aqui apresentadas, apontam um pouco ou um todo da sua
visão? Qual é o sentido da vida para você especificamente?
Próxima postagem,
abordaremos a respeito do sofrimento ainda sob a perspectiva do livro de
Keller.
Um abraço e até lá.
Referência:
Keller, Timothy. Caminhando com Deus em meio à dor e ao
sofrimento, São Paulo: Vida Nova, 2016