sexta-feira, 27 de abril de 2018

Sofrimento: abordagens e propósito da vida!


Olá queridos, são bem-vindos!
Ao longo da história da humanidade, o sofrimento sempre esteve presente no dia a dia do ser humano. Os indivíduos de qualquer sociedade, sempre foram confrontados com a realidade do sofrimento. Em alguns destes momentos da história, o sofrimento foi entendido e percebido, como algo que poderia ensinar, amadurecer e até mesmo, ajudar o ser este indivíduo. Assim, ele cresceria e seria alguém melhor e mais capaz. No entanto, na atualidade, especialmente, no ocidente, o sofrimento é observado como um monstro que quer nos devorar.

Pensando no sofrimento, farei aqui, algumas considerações que, talvez, tragam luz a esta questão que, muitas vezes consomem as pessoas. As considerações que tratarei aqui, terão como base o livro: “Caminhando com Deus em meio a dor e ao sofrimento” (ver referência no final da postagem)

O sofrimento parece destruir tudo aquilo que dá significado às nossas vidas e pode até nos levar a ideia de que parece ser impossível seguir em frente. Entretanto, faz-se necessário observar como o mundo tem lidado com o sofrimento e as questões relacionadas a ele. Afinal de contas, o saber, pode nos trazer informações valiosas a respeito de um tema universal e que perpassa toda a vida de um indivíduo.

A intenção não é aplacar a dor, amenizar ou extingui-la, mas levantar e considerar o sofrimento a partir da perspectiva de grandes tradições, entender como lidam com este tema tão recorrente e assustador de nossos dias.

É observado que muitas famílias e até mesmo muitas sociedades não sabem ou “não oferece a seus integrantes nenhuma explicação para o sofrimento e muito pouca orientação para lidar com ela” Keller, (pg. 25).

O livro de Keller, revela algumas maneiras como alguns grupos entendem o sofrimento. Veja abaixo, breve resumo de algumas abordagens (pg. 25 e 26).

1- O sofrimento é atribuído ao carma, ou seja, o sofrimento presente é para pagar pecados de vidas anteriores (culturas ligadas ao Carma e reencarnação)
2- O sofrimento está ligado à natureza ilusória do mundo físico (conceito budista)
3- O céu é onde os entes queridos se encontram e ali, todo sofrimento acabará (perspectiva tradicional cristã)
4- Os sofrimentos nos fortalece (baseados em pensadores estoicos e pagãos da era clássica grega e romana)
5- Não se deve recorrer a qualquer consolo “espiritual”, pois isto enfraquece a reação adequada ao sofrimento, a única saída é transformar este mundo num lugar melhor (negam a vida espiritual)

Acima, mostramos algumas abordagens ou considerações relacionadas ao sofrimento, mas existe uma pergunta que é muito comum e requer um olhar mais aprofundado (claro que não faremos este aprofundamento em uma postagem de blog). No entanto, apontaremos a perspectiva de algumas sociedades para a pergunta que envolve, tanto o ser humano, quanto a questão do sofrimento. Esta pergunta tem sido feita de forma mais contundente nos dias atuais. Qual é o propósito da vida humana?

Keler (p.27), traz respostas a partir de algumas culturas:

1- É viver uma vida de bem e um dia ficar livre do ciclo do carma e da reencarnação, recebendo a bênção eterna
2- É a iluminação: o reconhecimento da singularidade de todas as coisas e a conquista da tranquilidade
3- É a vida virtuosa, nobre e honrada
4- É ir para o céu e viver a eternidade com nossos entes queridos e com Deus

Mas o que há de comum nestas 04 visões de culturas diferentes, acima apresentadas? Bem, para Keller (p.27), “para cada uma dessas cosmovisões, o sofrimento, apesar da angústia que provoca, pode ser um caminho importante para alcançarmos o propósito de nossa vida”.

Keller afirma ainda que para estas culturas apresentadas nas 04 abordagens demonstrada anteriormente, o sofrimento é algo importante e que tem um capítulo importante na vida dos seus indivíduos.

Em contrapartida, Keller deixa claro que aqui no ocidente, a visão estabelecida está ligada ao mundo puramente físico... uma visão secularizada e que o único sentido da vida está ligado a liberdade de escolher a vida que nos faz feliz. Olhando por esta perspectiva, o sofrimento só atrapalharia a felicidade e por isto, o seu papel é irrelevante e conclui, “o sofrimento deve ser evitado a qualquer custo, ou minimizado o máximo possível”. (pg.27)

E você que acabou de ler esta postagem, qual é a sua visão de sofrimento? Em qual das visões aqui apresentada, você se apega ou entende como realidade própria?

O propósito da vida humana, a partir das abordagens aqui apresentadas, apontam um pouco ou um todo da sua visão? Qual é o sentido da vida para você especificamente?

Próxima postagem, abordaremos a respeito do sofrimento ainda sob a perspectiva do livro de Keller.

Um abraço e até lá. 

Referência:
Keller, Timothy. Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento, São Paulo: Vida Nova, 2016

Um comentário:

  1. Prezada Ray: muito lúcida e apropriada a primeira postagem acerca do sofrimento. Minha sincera oração de que os leitores se sintam abençoados e, mais ainda, desafiados. Abraço ao Pr. Celso Bueno de Godoy.
    PR. JOÃO MARCOS PEDROSA - Curitiba - PR

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