domingo, 3 de junho de 2018

Sofrimento: culturas tradicionais x cultura secularizada

Olá queridos, sejam bem-vindos!
Foto: pintura de Caio Cruz - artista residente em Vitória/ES
Estamos de volta com mais uma postagem sobre o sofrimento e as visões culturas. Na postagem de hoje, abordaremos as diferenças entre as culturas tradicionais e o secularismo ocidental.

Pontuaremos as divergências entre estas culturas sob a perspectiva de Keller. Assim, destacaremos, de forma resumida, o que ele afirma a respeito destas culturas. A tabela abaixo, é uma criação nossa e que pode nos ajudar a comparar as duas perspectivas apresentadas por Keller. Bem, as informações contidas nessa postagem e em especial as descritas na tabela abaixo, podem ser encontradas de forma diluída nas páginas 31 a 39 do livro de Keller*

Cultura tradicional
Cultura secular ou ocidental
O mundo é constituído de matéria e espírito

O mundo é constituído apenas de forças físicas
Tenta-se encontrar um propósito para a dor que o sofrimento traz
Não há propósito específico para o sofrimento
O propósito maior da vida é algo que está além da felicidade e do conforto pessoal, como: virtude moral, iluminação, honra, fidelidade à verdade;
O propósito desta vida deve ser um bem material ou uma condição: conforto, segurança e prazer
“Os sentidos da vida” podem ser alcançados não só apesar do sofrimento, mas através dele;
O sofrimento é um acidente, uma importunação, um impedimento ao que se deseja alcançar;
O sofrimento pode até acelerar a jornada rumo ao destino planejado;
O sofrimento não pode ser um bom capítulo na história de vida de alguém; é uma interrupção da história e nem pode nos conduzir ao lar;
O sofredor não é vítima, pois o sofrimento, é algo esperado e parte de uma história de vida coerente, modo fundamental de viver bem e de crescer como pessoa e alma;
O sofredor é uma vítima que está sujeita a ataques de forças naturais;
O sentido está, em parte, no aprendizado da paciência, da sabedoria e da fidelidade;                                                                    
O sentido da vida é a liberdade individual, o direito e a liberdade de escolher o que acha que é bom, assim, o sofrimento não tem nenhuma “utilidade”;
A responsabilidade principal é do próprio sofredor e a dor gerada pelo sofrimento é sintoma de um conflito entre o mundo interior da pessoa e o mundo exterior;
A responsabilidade de reagir ao sofrimento é retirada do sofredor que são encaminhados a profissionais: médicos, psicólogos, assistentes sócias... com a tarefa de aliviar a dor pela remoção de tantos fatores de estresse quantos forem possíveis;
Os sofredores buscam ser edificados através dos sofrimentos;
Sem o mínimo de propósito, o sofrimento deve ser controlado e a dor diminuída;
Deus está no controle e o amor dele conduzirá o mundo. Os sofredores, assim, colocam suas esperanças em algo ou alguém que está acima deles;
Como evitar o sofrimento e diminuir a dor? Através do afastamento dos pensamentos negativos, através de férias, exercícios físicos e bons amigos... controlar as reações. Deve-se ainda, procurar as causas e eliminá-las;

Keller faz algumas afirmações, a partir dos pesquisadores que ele aborda em seu livro. Então, destacamos algumas destas afirmações de forma sucinta com o propósito de mostrar as possibilidades de propósito em relação ao sofrimento:

- Se encontramos um propósito para a dor, damos a ela, um significado, pois sem significado, nós morremos;

- Você deve criar seu próprio significado, decidir o tipo de vida mais importante e que valha mais a pena ser vivida;

- É preciso superar a dor ao invés de nos vermos como peças inúteis de uma engrenagem cruel;

Refletindo e considerando
O que é o sofrimento para você? Em qual das dimensões abaixo, você sente que mais sofre?
Física, emocional, intelectual, financeira, profissional, relacionamento social, relacionamento amoroso, espiritual, familiar.

Se desejar, escreva para nosso e-mail raigodoy@hotmail.com e conte-nos sua história de sofrimento e como você conseguiu superar.

Próxima postagem, apresentaremos o tema do sofrimento, o cristianismo e outras culturas, tudo isto, a partir da perspectiva do livro de Keller

Um abraço e até lá,  
Todos os artigos aqui postados são de responsabilidade e *autoria de:
Rai Godoy - Especialista em Sexualidade, Inteligência Emocional e Analista de Perfil Comportamental - Life Coach - Conselheira Profissional – Hipnoterapeuta (Instituto Versate e ACT Institute) - Membro da ABRASEX, SBRASH, SBIE e SLAC. *com algumas exceções que serão devidamente citadas
*Keller, Timothy. Caminhando com Deus em meio à dor e ao sofrimento, São Paulo: Vida Nova, 2016

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Interessante reflexão que nos impulsiona a ruminar que o mal deste mundo e o sofrimento são resultados de nossos abusos do livre arbítrio, pois deturpamos o que foi nos dado como dádiva, nos ludibriamos em achar que usamos o livre arbítrio (fazer escolha com sabedoria), mas na verdade estamos embriagados de ações arbitrárias (impulsivas, enganosas, egoístas...) nos tornando juízes de nós mesmos impedindo, desta forma, que de fato a vontade soberana de DEUS prevaleça em nossas vidas. Como diria Isaac Newton: "para toda ação existe uma reação", então quem tem direcionado conduzido sua vida: Deus ou o seu ego?

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